Ansiedade na Infância e Adolescência: Quando o Medo Foge do Controle

A ansiedade é uma emoção que faz parte da vida de todos nós, seja em momentos desafiadores ou como uma reação natural a situações de perigo. Para crianças e adolescentes, sentir medo ou preocupação é algo esperado em diferentes fases do crescimento. Mas quando essas emoções ultrapassam os limites do normal e começam a interferir na rotina, é hora de prestar atenção. Vamos entender melhor como isso funciona e o que diferencia a ansiedade saudável da problemática.

Medos Normais: Etapas Naturais do Crescimento

Desde cedo, os medos fazem parte do desenvolvimento das crianças. Por exemplo, bebês com cerca de seis meses podem demonstrar medo de pessoas desconhecidas ou de se separarem dos pais. Esses sentimentos são normais e ajudam a criança a se adaptar ao mundo ao seu redor, variando de intensidade dependendo da personalidade de cada uma.

Conforme crescem, outros medos surgem: escuro, monstros, animais ou até figuras fictícias, como “fantasmas”. Esses receios são comuns na infância e costumam diminuir conforme a criança amadurece. Já na pré-adolescência, as preocupações mudam. O foco passa a ser o desejo de se encaixar em grupos sociais e de ser aceito pelos colegas. Na adolescência, isso pode se intensificar, já que a opinião dos outros se torna algo extremamente relevante nessa fase.

Ansiedade Saudável: Quando Ela Nos Protege

A ansiedade, em níveis normais, é uma emoção essencial para a nossa sobrevivência. É ela que nos faz evitar situações perigosas ou que nos prepara para enfrentar desafios, como uma apresentação na escola ou um exame importante. Esse tipo de ansiedade é positivo, pois nos mantém alertas e focados.

Por exemplo, aquele frio na barriga antes de uma situação nova pode ser um sinal de que estamos nos preparando para algo importante. Esse tipo de ansiedade é saudável, pois nos ajuda a dar o nosso melhor. Mas quando essa sensação se torna constante, exagerada ou interfere nas atividades do dia a dia, é sinal de que algo não está bem.


Quando a Ansiedade Deixa de Ser Normal?

Nem sempre é fácil perceber quando a ansiedade passa a ser um problema. No entanto, existem sinais claros que indicam que ela pode estar se tornando algo mais sério e que exige atenção.

Ansiedade Patológica: Como Reconhecer?

A ansiedade deixa de ser saudável quando começa a causar sofrimento intenso e prejudicar a rotina. Em vez de ajudar, ela se torna um obstáculo, dificultando tarefas simples, como ir à escola, interagir com amigos ou até mesmo sair de casa. Esse quadro é conhecido como ansiedade patológica.

Os sintomas podem variar, mas geralmente incluem reações físicas, como palpitações, suor excessivo, tensão muscular e sensação de sufocamento. No comportamento, a pessoa pode evitar situações que antes enfrentava normalmente. Psicologicamente, a ansiedade patológica é marcada por um desconforto constante, que pode evoluir para crises mais graves, como ataques de pânico.

Sinais de Alerta

Se você acha que alguém próximo pode estar enfrentando ansiedade patológica, preste atenção aos seguintes sinais:

  • Sintomas físicos: Palpitações, sudorese, tremores e falta de ar.
  • Mudança de comportamento: A pessoa evita situações ou lugares que antes não eram um problema.
  • Desconforto psicológico intenso: Medo constante, sensação de estar fora de controle ou crises de pânico.

Esses sinais podem aparecer de forma leve no início, mas, se persistirem ou piorarem, é importante buscar ajuda para entender o que está acontecendo.


Como Lidar com a Ansiedade Patológica?

A boa notícia é que a ansiedade patológica não precisa ser enfrentada sozinha e existem várias formas de tratamento que podem ajudar crianças e adolescentes a retomarem o equilíbrio emocional.

Abordagens de Tratamento

O tratamento da ansiedade patológica pode incluir diferentes estratégias, dependendo das necessidades de cada pessoa. Algumas opções incluem:

  • Apoio psicológico: Conversar com um psicólogo pode ajudar a identificar os gatilhos da ansiedade e trabalhar formas de enfrentá-la.
  • Mudanças no estilo de vida: Praticar atividades físicas regulares, ter uma alimentação equilibrada e garantir boas noites de sono são fatores que podem reduzir os sintomas da ansiedade.
  • Técnicas de relaxamento: Exercícios de respiração profunda, meditação e práticas como yoga podem ajudar a aliviar o estresse e a ansiedade.
  • Acompanhamento médico: Em casos mais graves, um médico pode avaliar a necessidade de intervenções específicas, que podem incluir medicamentos, sempre com acompanhamento profissional.

É importante lembrar que cada pessoa reage de uma forma, e o tratamento deve ser individualizado, respeitando as características e necessidades de cada criança ou adolescente.


Perguntas Frequentes (FAQ)

1. O que diferencia a ansiedade normal da patológica?
A ansiedade normal nos ajuda a lidar com desafios e perigos, enquanto a patológica causa sofrimento e interfere na rotina diária.

2. Crianças pequenas podem ter ansiedade patológica?
Sim, crianças de todas as idades podem apresentar ansiedade patológica, embora os sintomas possam variar dependendo da fase de desenvolvimento.

3. Quais atividades ajudam a reduzir a ansiedade em crianças e adolescentes?
Exercícios físicos, atividades ao ar livre, práticas de relaxamento e hobbies que proporcionem prazer podem ajudar a aliviar os sintomas.

4. Medicamentos são sempre necessários no tratamento da ansiedade?
Não, os medicamentos só são indicados em casos mais graves e sempre sob orientação médica. Muitas vezes, mudanças no estilo de vida e apoio psicológico são suficientes.

5. Como os pais podem ajudar filhos ansiosos?
Os pais podem ajudar ouvindo seus filhos com paciência, oferecendo apoio emocional, criando uma rotina estruturada e buscando ajuda profissional quando necessário.


Compreender a ansiedade e oferecer apoio é essencial para ajudar crianças e adolescentes a enfrentarem seus medos e preocupações. Lembre-se: buscar ajuda é um ato de cuidado e pode fazer toda a diferença na vida de quem enfrenta a ansiedade.

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Por Kelly Rosa

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