Transtorno Borderline

A Relação Complexa com a figura de apoio no Transtorno de Personalidade Borderline: Entre a Idealização e a Rebeldia

No Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), a relação com a figura de apoio, seja um terapeuta, amigo ou familiar, é marcada por uma ambivalência profunda. Apesar de idealizar essa figura como “boa” e essencial para sua existência, a pessoa com TPB não necessariamente seguirá suas orientações cegamente.

Em momentos de angústia ou quando se sentem invadidos, podem reagir contra essa figura de apoio, mesmo sabendo que isso pode gerar conflitos e sofrimento. Essa rebeldia, muitas vezes, é uma forma de testar os limites da relação e de experimentar a própria autonomia, ainda que de forma disfuncional.

Para o terapeuta, lidar com essa dinâmica pode ser um desafio. A vontade de ajudar e oferecer soluções é natural, especialmente quando a pessoa com TPB expressa sofrimento intenso e pede por ajuda. No entanto, é importante respeitar o ritmo e as necessidades do paciente, evitando a frustração quando as sugestões não são aceitas.

A recusa em seguir as orientações do terapeuta não é necessariamente um ato de rebeldia ou teimosia, mas pode refletir a falta de recursos internos para lidar com as demandas externas naquele momento. O terapeuta precisa ter sensibilidade para reconhecer os desejos e limites do paciente, oferecendo apoio e orientação de forma gradual e respeitosa.

No TPB, a busca por autonomia e a necessidade de apoio se misturam de forma complexa. A pessoa com TPB pode oscilar entre a idealização e a desvalorização da figura de apoio, buscando ao mesmo tempo a proteção e a liberdade.

Compreender essa dinâmica é fundamental para o sucesso da terapia, que deve ajudar a pessoa com TPB a desenvolver uma relação mais saudável e equilibrada com seus objetos de apoio, aprendendo a confiar em si mesma e a buscar autonomia sem abrir mão do suporte emocional que precisa.

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Por Kelly Rosa

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