Transtorno Borderline

A Busca por Aceitação e a Idealização do Terapeuta no Transtorno de Personalidade Borderline: Um Caminho para a Autodescoberta

No Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), a busca por aceitação e validação é um tema central. Essa busca, muitas vezes, se manifesta através de uma autocrítica severa e de expectativas irreais em relação a si mesmo e aos outros. Essa visão distorcida da realidade leva à idealização da figura do terapeuta, que é visto como alguém perfeito e capaz de suprir todas as suas necessidades emocionais.

Essa idealização, no entanto, é uma armadilha. Ao colocar o terapeuta em um pedestal, a pessoa com TPB se afasta da possibilidade de construir um relacionamento autêntico e se conectar com suas próprias emoções e necessidades. Além disso, a idealização do terapeuta pode levar a decepções e frustrações quando ele não corresponde às expectativas irreais do paciente.

Um exemplo dessa dinâmica é o caso de uma paciente que acreditava não ser filha de seus pais, pois eles não correspondiam ao seu ideal de família perfeita. Essa crença refletia a dificuldade da paciente em aceitar a realidade e a si mesma, buscando refúgio em um mundo de fantasia onde suas necessidades seriam sempre atendidas.

Na terapia, o terapeuta pode inicialmente ocupar esse lugar idealizado, oferecendo um espaço seguro e acolhedor para que o paciente possa explorar suas emoções e construir uma relação de confiança. No entanto, é fundamental que o terapeuta, com o tempo, ajude o paciente a perceber que ele também é humano, com suas próprias limitações e imperfeições.

Esse processo de desidealização é essencial para que o paciente possa desenvolver uma visão mais realista de si mesmo e dos outros, aprendendo a lidar com as frustrações e a construir relacionamentos mais autênticos e saudáveis.

A terapia oferece um espaço seguro para que a pessoa com TPB possa experimentar a raiva e a frustração sem medo de destruir o relacionamento. Através dessa experiência, o paciente pode aprender a integrar os aspectos positivos e negativos do outro, construindo uma imagem mais completa e realista de si mesmo e do mundo.

É importante ressaltar que a terapia não se trata de atender às expectativas idealizadas do paciente, mas sim de oferecer um espaço de acolhimento e compreensão para que ele possa se descobrir e se aceitar como é, com suas qualidades e defeitos.

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Por Kelly Rosa

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