Transtorno Borderline

A Angústia da Separação no Transtorno de Personalidade Borderline: Um Olhar Além do Diagnóstico

A angústia no Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) é frequentemente descrita como uma experiência intensa de separação e perda. Essa sensação de abandono, seja real ou imaginado, é um dos principais critérios para o diagnóstico de TPB. Mas o que há por trás dessa angústia tão profunda?

Para entendermos melhor, precisamos olhar para a forma como as pessoas com TPB se relacionam com os outros. Muitas vezes, elas buscam um apoio constante e intenso, como se precisassem de alguém para se sentirem completas. Essa dependência emocional, também conhecida como relação anaclítica, pode ser compreendida como uma tentativa de preencher um vazio interno, uma falta de subjetividade que muitas vezes tem raízes em experiências de infância.

Quando essa figura de apoio se afasta, a pessoa com TPB pode sentir uma angústia avassaladora, como se estivesse perdendo uma parte de si mesma. Essa sensação de desamparo e inexistência pode ser tão intensa que leva a comportamentos impulsivos e autodestrutivos, em uma tentativa desesperada de evitar o abandono.

No contexto da terapia, essa dinâmica pode se repetir, com o terapeuta assumindo o papel de objeto-subjetivo, ou seja, a pessoa que ajuda o paciente a construir sua própria subjetividade. Essa relação de dependência pode ser muito forte, pois o terapeuta está, de certa forma, ajudando o paciente a se tornar uma pessoa completa.

Quando a terapia chega ao fim, a pessoa com TPB pode se sentir novamente abandonada, como se estivesse perdendo o alicerce que a sustentava. Por isso, o processo de encerramento da terapia precisa ser feito com muito cuidado e sensibilidade, para que o paciente possa internalizar os recursos que adquiriu durante o tratamento e seguir seu caminho com mais autonomia e segurança.

É importante lembrar que o TPB é um transtorno complexo e multifacetado, e a angústia da separação é apenas um dos seus aspectos. Ao olharmos para além do diagnóstico, podemos compreender melhor as raízes dessa angústia e encontrar formas mais eficazes de lidar com ela, tanto na terapia quanto na vida cotidiana.

psicologa kelly rosa terapeuta

Por Kelly Rosa

Compartilhe esta publicação para ajudar outras pessoas

Leia também

Iniciar Conversa
1
Você Tem 1 Mensagem
Sou Kelly Rosa, sua Psicóloga. Se você precisa de ajuda, inicie uma conversa comigo agora mesmo