A sociedade pós-moderna, com sua promessa de felicidade através do consumo desenfreado, tem contribuído para o aumento de casos de depressão, vazio e solidão. A busca incessante por bens materiais e status social, imposta pelo sistema capitalista, cria um conflito interno quando essa promessa não se cumpre, levando muitos indivíduos a se sentirem “incapazes” e insatisfeitos.
O Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) pode ser visto como um reflexo dessa realidade. A necessidade de apoio e acolhimento, característica do TPB, se choca com a individualidade e a competição exacerbadas da sociedade atual. Em um mundo onde o marketing manipula as emoções e as relações interpessoais são fragilizadas, o indivíduo com TPB se sente ainda mais perdido e desamparado.
A busca por identidade e pertencimento se torna um desafio ainda maior em uma sociedade que valoriza o consumo e a alienação. A constante mudança e a falta de referências estáveis dificultam a construção de uma subjetividade sólida, especialmente para aqueles que já sofrem com a instabilidade emocional do TPB.
O aumento do número de casos de TPB pode ser interpretado como um sinal de alerta para a sociedade. A busca desenfreada por bens materiais e status social não garante a felicidade e o bem-estar, e pode levar ao sofrimento mental. É preciso repensar os valores da sociedade e criar espaços de acolhimento e apoio para aqueles que sofrem com transtornos mentais, como o TPB.
A saúde mental deve ser uma prioridade, e não apenas um efeito colateral da busca pelo crescimento econômico. É fundamental que a sociedade se preocupe com o bem-estar de seus cidadãos e ofereça suporte para aqueles que lutam contra a solidão, o vazio e a falta de sentido na vida.