A agressividade é uma característica comum no Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), manifestando-se como uma dificuldade em lidar com a frustração e em controlar os impulsos. Essa impulsividade pode levar a explosões de raiva e conflitos interpessoais, tanto com familiares quanto com estranhos.
Para quem observa de fora, essas explosões podem parecer desproporcionais à situação, mas para a pessoa com TPB, elas são uma forma de lidar com a intensa angústia e o medo do abandono que a acompanham. Muitas vezes, após o episódio de agressividade, a pessoa se arrepende e se sente culpada por suas ações.
Essa agressividade pode ser compreendida como uma manifestação de uma raiva primitiva e não direcionada, que não se transformou em amor ou ódio, mas permaneceu em um estado bruto e não elaborado. Essa raiva pode ser direcionada tanto para fora, na forma de explosões e conflitos, quanto para dentro, na forma de autoagressão e pensamentos suicidas.
A dificuldade em lidar com a agressividade no TPB está relacionada à fragilidade da estrutura psíquica, que não consegue canalizar essa energia de forma construtiva. A pessoa com TPB se sente sobrecarregada por suas emoções intensas e não encontra outras formas de expressá-las além da agressividade.
Essa impulsividade e falta de controle podem levar a comportamentos autodestrutivos, como automutilação e tentativas de suicídio. É importante ressaltar que, embora a agressividade seja uma característica comum no TPB, o suicídio é uma preocupação muito mais frequente e grave.
A terapia desempenha um papel fundamental no tratamento do TPB, ajudando a pessoa a identificar e compreender suas emoções, desenvolver habilidades de regulação emocional e encontrar formas mais saudáveis de lidar com a raiva e a frustração. Através do apoio terapêutico, a pessoa com TPB pode aprender a canalizar sua agressividade de forma construtiva, transformando-a em força e criatividade.