Critérios Diagnósticos do Transtorno Depressivo Persistente (Distimia): Desvendando a Tristeza Crônica
O Transtorno Depressivo Persistente (Distimia), anteriormente conhecido como transtorno distímico, é uma condição de saúde mental que se caracteriza por humor deprimido na maior parte do dia, na maioria dos dias, por pelo menos dois anos.
Essa tristeza crônica pode levar a diversos problemas, como dificuldade de concentração, baixa autoestima, fadiga e perda de interesse em atividades.
Para que o diagnóstico de Distimia seja preciso, é necessário que vários critérios estejam presentes:
A. Humor deprimido persistente:
- Humor deprimido na maior parte do dia, na maioria dos dias, por um período mínimo de dois anos.
- A tristeza pode ser sentida como:
- Tristeza profunda ou desânimo.
- Sensação de vazio ou falta de esperança.
- Perda de interesse em atividades que antes eram agradáveis.
- Em crianças e adolescentes, o humor pode ser irritável, com duração mínima de um ano.
B. Sintomas adicionais:
- Presença de pelo menos dois dos seguintes sintomas, enquanto deprimido:
- Apetite diminuído ou alimentação em excesso.
- Insônia ou hipersonia (dormir demais).
- Baixa energia ou fadiga.
- Baixa autoestima.
- Concentração pobre ou dificuldade em tomar decisões.
- Sentimentos de desesperança.
C. Duração dos sintomas:
- Durante o período de dois anos (um ano para crianças ou adolescentes) de perturbação, o indivíduo jamais esteve sem os sintomas dos Critérios A e B por mais de dois meses.
D. Exclusão de Transtorno Depressivo Maior:
- Os critérios para um transtorno depressivo maior não podem estar continuamente presentes por dois anos.
- Ou seja, a pessoa não pode ter episódios de depressão grave que alternam com períodos de melhora completa.
E. Exclusão de Transtornos Bipolares:
- Jamais houve um episódio maníaco ou um episódio hipomaníaco.
- Jamais foram satisfeitos os critérios para transtorno ciclotímico.
F. Diferenciação de outros transtornos psicóticos:
- A perturbação não é mais bem explicada por outros transtornos psicóticos, como esquizofrenia ou transtorno esquizoafetivo.
G. Exclusão de causas médicas:
- Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos de uma substância (como drogas ou medicamentos) ou a outra condição médica (como hipotireoidismo).
H. Impacto negativo na vida da pessoa:
- Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
Observações importantes:
- Critérios complexos: O diagnóstico da Distimia requer avaliação profissional cuidadosa e consideração de diversos fatores, como a história do indivíduo, os sintomas presentes, a gravidade do quadro e a possibilidade de outras causas.
- Diferença do Transtorno Depressivo Maior: A Distimia se diferencia do Transtorno Depressivo Maior pela menor gravidade dos sintomas e pela duração prolongada da tristeza, que geralmente é de pelo menos dois anos.
- Comorbidade: A Distimia pode coexistir com outros transtornos mentais, como ansiedade ou transtornos de personalidade.
Lembre-se: O Transtorno Depressivo Persistente é uma condição complexa que requer tratamento profissional especializado.
Com o tratamento adequado, a maioria das pessoas com Distimia pode obter uma melhora significativa dos sintomas e recuperar a qualidade de vida.
Se você se identifica com alguns dos critérios descritos, procure ajuda de um psicólogo ou psiquiatra. Quanto mais cedo você buscar ajuda, mais cedo poderá iniciar o tratamento e começar a se sentir melhor.
Fonte: American Psychiatric Association (APA). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.