Critérios Diagnósticos do Transtorno de Apego Reativo: Desvendando a Falta de Apego Seguro
O Transtorno de Apego Reativo (TAR) é uma condição séria que afeta o desenvolvimento emocional e social de crianças que não receberam cuidados adequados e consistentes nos primeiros anos de vida.
Essa falta de cuidado pode levar a diversos problemas, como dificuldade em formar vínculos afetivos, comportamentos retraídos e inibidos, e perturbações sociais e emocionais.
Para um diagnóstico preciso do TAR, é necessário que vários critérios estejam presentes:
A. Comportamento inibido e emocionalmente retraído:
- A criança raramente ou minimamente busca conforto quando aflita.
- Ela não responde ou responde muito pouco a medidas de conforto quando aflita.
B. Perturbação social e emocional:
- A criança apresenta responsividade social e emocional mínima a outras pessoas.
- Ela demonstra afeto positivo limitado em suas interações.
- A criança pode ter episódios frequentes de irritabilidade, tristeza ou medo inexplicados, mesmo em situações que não são ameaçadoras.
C. Cuidado insuficiente:
- A criança vivenciou um padrão de cuidado insuficiente nos primeiros anos de vida.
- Isso pode se manifestar de diversas formas, como:
- Negligência ou privação social: A criança não recebeu o cuidado básico necessário para seu desenvolvimento emocional e físico, como alimentação, higiene, afeto e estimulação.
- Mudanças frequentes de cuidadores: A criança teve muitos cuidadores diferentes em um curto período de tempo, o que dificultou a formação de vínculos estáveis.
- Criação em contextos desfavoráveis: A criança viveu em um ambiente que limitava severamente suas oportunidades de formar vínculos afetivos, como instituições com um número muito alto de crianças por cuidador.
D. Relação entre cuidado insuficiente e comportamento:
- Presume-se que a falta de cuidado adequado (critério C) seja a causa principal da perturbação comportamental (critério A).
- Ou seja, os problemas emocionais e sociais da criança são consequência da negligência ou do cuidado insuficiente que ela recebeu.
E. Exclusão de outros transtornos:
- A criança não apresenta os critérios para o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
F. Início da perturbação:
- A perturbação deve ser evidente antes dos 5 anos de idade.
G. Idade mínima de desenvolvimento:
- A criança deve ter uma idade de desenvolvimento mínima de 9 meses para que o diagnóstico de TAR seja considerado.
É importante ressaltar que este conteúdo não substitui a avaliação e o diagnóstico profissional por um psicólogo ou psiquiatra.
Se você suspeita que seu filho possa ter Transtorno de Apego Reativo, procure ajuda especializada o mais rápido possível.
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem fazer toda a diferença no desenvolvimento da criança.
Lembre-se: O Transtorno de Apego Reativo é uma condição complexa que requer acompanhamento profissional especializado.
Com a intervenção adequada, a criança pode aprender a formar vínculos afetivos saudáveis, desenvolver suas habilidades sociais e emocionais, e ter uma vida plena e feliz.
Fonte: American Psychiatric Association (APA). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.