A adolescência é um intricado processo de desenvolvimento onde as questões e dúvidas são abundantes, e as certezas, escassas.
A evolução desse período delicado depende não apenas do desenvolvimento infantil e da forma como as dificuldades foram enfrentadas, mas também das adversidades ambientais e familiares enfrentadas, tornando desafiador prever um prognóstico claro.
Crises na adolescência são normais, mas é crucial distinguir o que é temporário, uma fase passageira, daquilo que representa uma forma disfuncional de ser ao longo do tempo.
Essa forma disfuncional pode impactar áreas cruciais do desenvolvimento, como saúde, desempenho escolar, vida familiar, relacionamentos interpessoais e vida social.
É necessário estar atento ao início ou experimentação de substâncias como drogas e álcool, que podem ser pedidos de ajuda para questões subjacentes, como depressão, baixa autoestima e angústia.
O diagnóstico na adolescência é complexo e multifatorial, uma vez que o adolescente está em constante desenvolvimento, envolvendo a busca pela identidade, o enfrentamento de oposições, a inclusão em grupos diversos e a transgressão.
O desafio reside em discernir quando a transgressão, desadaptação, tristeza ou confusão indicam um quadro psicopatológico em formação.
Existem quadros que podem surgir ou agravar-se na adolescência, demandando avaliação e tratamento, tais como transtornos alimentares, risco suicida, depressão, uso/dependência de substâncias, transtorno de humor, esquizofrenia, transtorno de conduta, bullying, transtorno de ansiedade e doenças psicossomáticas.
Torna-se imperativo buscar ajuda psicoterapêutica quando os momentos de crise se tornam intensos a ponto de prejudicar a vida produtiva e os relacionamentos do adolescente.
Isso permite explorar formas mais saudáveis de enfrentamento e resolução de problemas, evitando o desenvolvimento de sintomas disfuncionais e situações de consequências sérias.
Importa ressaltar que, nessa fase do desenvolvimento, os pais também se sentem perdidos, enfrentando dificuldades em discernir o que é considerado normal para a idade e o que exige intervenções adicionais.
Por esse motivo, são orientados desde o início do processo de psicoterapia do adolescente. O suporte apropriado proporciona um ambiente propício para entender e enfrentar as complexidades dessa fase crucial da vida.